sexta-feira, 20 de março de 2009

moralismo da imprensa brasileira não admite nu frontal da bailarina de vermelho e devaneia


O Globo
"'Olha aí, cadê a caretice do Rio?', perguntava o ator Will Pantaleão, apontando a moça nua em pelo no palco do Cabaret das Rosas, inaugurado anteontem, num antigo sobrado na Praça Mauá. É que sua amiga, a espanhola Paula San Martin, acabara de comentar que a cidade era linda, tal e coisa, mas 'careta'.

Enquanto a garota, de máscara de gato, tirava a última peça de roupa do striptease, a espanhola gritava: 'Vaaaai gostosa! Vai, que o Rio tá precisando disso!' Pouco antes do strip, o boca a boca dava conta de que quem iria tirar tudo era a Bailarina de Vermelho, alter ego da performer Alessandra Colasanti, que desfilava pelo salão com um fantoche de jacaré preso no braço.

Mas na hora do vamos ver quem encarou a tarefa ao som de 'Vai popozuda/requebra geral' foi uma dublê mascarada, vestida com o mesmo tutu de Alessandra, e cuja identidade foi mantida a sete chaves. 'Não engulo isso, não', brincava a atriz Mariana Lima. 'Saio de casa deixando minhas filhas para ver a Alessandra passar a calcinha no corpo e é outra pessoa?'" (Joaquim Ferreira dos Santos, O Globo)



Jornal do Brasil
" (...) E, enfim, a grande atração da noite: performance da atriz Alessandra Colasanti, com colaboração do fantoche crocodiliano Acarajé. O chamariz? Um strip. Total.

Antes do picante espetáculo, Alessandra prestava consultoria aos convidados. Na verdade, o consultor era Acarajé 'É uma espécie de oráculo. As pessoas contam seus sonhos a ele. Se der, Acarajé realiza. Também tô perguntando o que querem que eu faça durante o strip. tem de tudo: de cachorro a pilastra.'

Apagam-se as luzes. No palco, é dada a largada ao show. Na platéia, carinhas desnorteadas. A Bailarina de Vermelho não era Alessandra. Usando uma máscara de cachorro, a stripper tira peça por peça. Sem parar de rebolar, claro. Vai-se o sutiã, logo em seguida a calcinha (o estopim para um engraçadinho dar sinal de vida; 'Eu acho que vi um saquinho'). Tiro n'água. Ao fim da apresentação, nua em pelo, a moça some sob fumaça, para aí sim, Alessandra dar o ar da graça, junto com Acarajé. Decepção para alguns, pura diversão para outros." (Heloisa Tolipan / Jornal do Brasil)


O Dia
"Alessandra Colasanti, travestida de Bailarina de Vermelho anunciava que faria um striptease completíssimo. O strip até aconteceu, mas quem fez foi uma profissional, vestida igualmente de bailarina. " (Bruno Astuto, O Dia)

quinta-feira, 19 de março de 2009

bailarina de vermelho nua abre com chave de ouro cabaret das rosas

“Só deixei o lencinho, sem ele me sinto nua”.

As palavras bailarina de vermelho, nua, cabaret, chave e rosas dão margem a infinitas associações, mas uma coisa é certa, o que se viu na noite do dia 17 de março no casarão da Rua Conselheiro Saraiva no Centro do Rio foi um marco na história do burlesco. “Transcendeu todas as expectativas”, “Mais!” e “Que almofada linda ela tem”, foram as frases mais ouvidas na festa de inauguração do badalado Cabaret das Rosas. Muita gente ficou de fora, lá dentro, além da nata da classe acadêmica carioca, fãs, amigos, artistas e socialites, abarrotaram os salões. “É bonito ver o hight gritando palavras de baixo calão, o grupo anula as individualidades, uma legítima manifestação de adoração da tribo diante de seu totem”, definiu o antropólogo Will Félix. Do outro lado do palco, suada, a socióloga Fernanda Mantelli, declarou “Já havia finalizado minha tese de doutorado, vou ter que refazer tudo, agora sim encontrei meu objeto!”.

"eu sempre chego lá"

Foram muitas as apostas e bolões que correram na cidade acerca do strip, a desconfiança era se seria total ou não, “Não vejo porque a dúvida, eu sempre chego lá”, declarou a Bailarina de Vermelho. De fato a musa não deixou peça sobre peça “Só deixei o lencinho, sem ele me sinto nua”. A maior surpresa da noite, no entanto, foi o cruzamento entre strip e consulta bibliográfica que se viu em cena. Totalmente livre de suas vestes a diva propôs uma pausa reflexiva e entregou-se à leitura do clássico “Totem e tabu”. Neste ensaio Freud compara os ritos primitivos com a neurose, relacionando o significado original do totemismo com o processo pelo qual passa o desejo inconsciente. “É o nu conceitual!” bradava o estudante de Belas Artes André Pantaleão, “Isso que é leitura à contrapelo” opinava a chef Priscila Ernesto, “dá margem para muitas idéias, gostei, não conhecia essa moça”, assumiu . Olhos vidrados, queixos caídos insinuavam que o insight era geral. De certo, foi difícil manter o Moleskine aberto, mas a lembrança estará para sempre gravada nos corações e membros de quem viu.


objeto de estudo


fotos andré mantelli

sexta-feira, 13 de março de 2009

Chupa Aqui vórtex social do carnaval / Suck Here carnival social vortex


Artistas amigos de todos os tempos e suportes estiveram presentes na primeira investida do bloco Chupa Aqui no carnaval carioca./ Artist friends from all times and art fields showed up at the Suck Here parade opening during the carioca carnival.



Coringa/ Joker (chiquinha ao fundo)

Branca de Neve/ Snow White

Rê Bordosa

Cauby Peixoto

Errol Flynn

Batman

vista aérea dos artistas em êxtase./ ecstatics artists view.

quarta-feira, 4 de março de 2009

a fantástica fábrica de bailarinas de vermelho/ Ballerina in Red Factory






a fantástica fábrica de bailarinas de vermelho. making off, chupa aqui, bloco da bailarina de vermelho, bloco intervenção, rio de janeiro, rj, brasil, 22/02/09. fotos andré mantelli.



ballerina in red factory. making off, suck here, ballerina in red parade, intervention parade, rio de janeio, rj, brazil, 02/22/2009. photos andre mantelli.

no caranaval carioca de 2009 a bailarina de vermelho et entourage d' habitude, gangue de amigos, artistas , privilégios e vantagens, todos devidamente caracterizados, fundaram o primeiro bloco intervenção de todos os tempos, o Chupa Aqui. Munidos de muita bibliografia, glitter, e do estandarte sem duplo sentido chupa aqui/ bloco da bailarina de vermelho derramaram-se pelas ruas fagocitando blocos alheios.

Rio de Janeiro, 2009's carnival. Ballerina in Red et entourage d'habitude, gang of friends, artists, privileges and advantages, all properly dressed, set up the first intervention parade of all times, called Suck Here. Supplied with lots of bibliography, glitter, and with the banner without double meaning Suck Here/ Ballerina in Red Parade, they flowed through the streets fagocitating other people's parades.