domingo, 30 de dezembro de 2007

já havia lido todos os livros do brasil, única salvação : ir a buenos aires

estava nas últimas páginas do último livro brasileiro que me restava ler.


















o jeito: pegar um avião para a capital européia mais próxima.

















para além da carne, buenos aires sempre fora conhecida por suas livrarias.

















o fim do ano se aproximava, era minha última chance, de encontrar algum livro publicado que ainda não tivesse lido .
















os ventos pareciam favoráveis, pois logo no embarque encontrei os dois maiores escritores brasileiros vivos de todos os tempos.
























zelia gatai





















e jorge amado
























era um sinal, só podia ser...


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Bailarina entrevista Pão de Açucar (o original)

Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2007

Depois de ter conhecido o Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açucar de São Paulo, de volta ao Rio, achei que seria uma boa ocasião para bater um papinho com o Pão de Açucar, lui même, sobre alguns aspectos da diluição de todas as fronteiras.








Bailarina
- O que o senhor acha do Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açucar de São Paulo?

Pão de Açucar
- Bom, antes de mais nada gostaria de dizer que é uma honra estar aqui ao seu lado.




Bailarina
- Imagina coração...

Pão de Açucar
-Bom, isso posto, evidentemente que eu não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente...

Bailarina
- Como tomou conhecimento do Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açucar de São Paulo?

Pão de Açucar
-Pela internet, através do seu blog para ser sincero.

Bailarina
- rsrsrs ai que amor.

Pão de Açucar
-Sério , eu gosto muito do seu trabalho, acho importante.

Bailarina
- De fato, mas me fala de você.


Pão de Açucar
-Ah, eu levo uma vida muito tradicional...

Bailarina
- Avant garde ou Ava Gardner?

Pão de Açucar
- ahh, Ava Gardner, ela era muito simpática, sua vinda ao Brasil em 1954 foi cercada de polêmica, dizem que ela quebrou todo o quarto no Glória, antes de ir para o Copa, a nossa foto no pratinho correu o mundo, o National Enquirer, imagina, na época sugeriu que nós estivéssemos tendo um caso, foi difícil pro Frank*, depois eles acabaram se separando, mas nunca houve nada entre nós.

















Bailarina
- O que você está achando da arte contemporânea?

Pão de Açucar
-Ah menina, depois da era glacial, do desaparecimento dos dinossauros, grandes companheiros, e do advento da eletricidade que me afetou diretamente, é difícil esse tipo de coisa me chamar a atenção.



* Frank Sinatra





terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Bailarina vai ao Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açúcar

São Paulo, 23 de novembro de 2007


“Nesses vertiginosos e frívolos anos do começo do século nada melhor que ir a São Paulo para desanuviar.”



“Estive em São Paulo no último final de semana a convite da pintora, pianista e prestidigitadora Bruna Beber. La Beber, escritora, poeta e feminista, que mora na Avenida Brigadeiro Luis Antonio com a Rua dos Bombeiros num simpático ateliê-coberturinha, centro e paradigma da bohème local, possui uma considerável coleção de arte pré-contemporânea e um apreciável círculo de amigos, como Picasso, Matisse, Georges Braque, Apollinaire, Picabia, Ezra Pound, James Joyce, isso apenas para citar alguns. Além desses La Beber (que acaba de vender parte de sua obra para o Museu Real de Potsdam) tinha uns amigos estranhos ingleses, franceses e peruanos.
Onde andará Petrucio Felker? Era o que todos se perguntavam.”




“Naquela manhã do dia 23 de novembro de 1907 estávamos todos muito descontentes com os rumos que a arte estava tomando. Enquanto La Beber tomava aulas de aquarela em seu orquidário, a atriz, gravurista e marxista pornô Fernanda Felix, que por ali passava a caminho de Santos, me convidou para um passeio. O programa incluiu deslocamento por meios populares de transporte (ônibus, metro e footing), e performances públicas de palhaços em ônibus. O clima era de muita efervescência, São Paulo transpirava arte naqueles dias . “Que sui generis Fernanda!”, comentei extasiada diante da inovação estética da linha 184, enquanto descíamos a Brigadeiro.”

“O passeio culminou com a visita ao Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açúcar (ao que tudo indica uma provocação aos artistas cariocas ). Lá estavam expostas as obras vermelhas de Guillermo Vargas Habacuc, “Alfombra Roja: 300 kilos de tomates”, que consiste em 300 kilos de tomates distribuídos com precisão pelo chão, e a instalação “Ainda Viva” de Laura Vinci (a artista comprou 7 mil maças, distribui-as sobre uma superfície de mármore, e pediu a um amigo que atirasse com uma pistola 9mm contra a parede ). A obra de Vinci tem sido suporte de muita polêmica no rastro da bienal do vazio, “ A maça tem algo sanguíneo e ao apodrecer a cor vermelha vai virar só uma borra”, sentenciou serena a artista... não posso negar que na época fiquei bastante bouleversada com tudo aquilo..imagina, eu, uma ex-maça de Cézanne...”



“No Museu Internacional de ArteFruti Pão de Açúcar fomos recebidas gentilmente pelo diretor, curador e cunhador do conceito “ArteFruti”, Luciano Trigo, “fiquei na dúvida na época da elaboração do projeto o que seria melhor, se ArteHortiFruti, ou ArteFruti, acabei ficando com a segunda opção”, explicou. Destacaria ainda o yogurtwall da artista oclusa Yogo Ono, e a estimulante obra intitulada “nanica 1,50”, uma reapropriação crítica da arte povera, que consiste em 500 dúzias de bananas empilhadas sobre uma mesa de madeira com pés de 6X6X15 cm, do quase-prefeito e artista carioca Macaco Tião, hoje um dos artistas brasileiros mais atuantes no circuito internacional de arte, são obras que merecem atenção, assim como a excelente idéia de Trigo (também antropólogo, sociólogo e roteirista) de transformar os guichês de compra de ingressos em simulacros de baias de supermercado.”





















“À noite La Beber – engraçadíssima e sempre controversa - nos levaria para conhecer a praça Rooseveld, um misto de Montmartre e Moulin Rouge paulistanos.”

domingo, 2 de dezembro de 2007

a Bailarina vai a Santos com espetáculo tempo.Depois






















Santos, 24 de novembro de 2007




"Depois de uma noite na praça Rooseveld, o Cabaret Voltaire paulistano, onde conheci alguns dos mais significativos artistas da sena (ops, força do hábito, saudades de Paris), digo, cena contemporânea latino americana; depois de acalorados debates sobre a bienal do vazio vindoura (ou não), chegamos a Santos, maior porto ao sul do Equador, onde a la Cia de Teatro apresentaria o espetáculo tempo.Depois. ", rememora a Bailarina abalada pelo jet lag e declara, "esses jovens são muito criativos", referindo-se ao ator e autor Rodrigo Nogueira, a atriz e cineasta Fernanda Felix e ao coreógrafo, cool e coach Michel Blois.


A Bailarina num híbrido de ímpeto estético performativo e impulso curioso investigativo não se conteve e invadiu a cena em busca de pistas. Denúncias anônimas teriam dado conta de que em Santos estaria um importante elo do enigma. Como cabe a todo enigma não-linear , fragmentado e inconcluso que se preze, o elo, tal um significante deslizante, não foi encontrado.


sesc santos